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  • Helena Fronza

Controle de peso, distúrbios alimentares e alterações bucais em atletas: qual o seu papel como denti


Existe uma crença de que atletas possuem um maior risco para o desenvolvimento de distúrbios alimentares que pacientes não atletas. Certo. Não temos um consenso na literatura ainda (COELHO; SOARES; RIBEIRO, 2010; WERNER et al., 2013), mas temos algumas modalidades esportivas que nos levam a crer que este risco é maior.

As modalidades que possuem exigência estética, como as ginásticas, patinação e dança; os esportes de endurance; os esportes com controle de peso, como alguns esportes de combate; os esportes aeróbicos, etc. Todos estes esportes podem requerer o controle de peso, e ele pode ou não tornar-se patológico.

A questão é que deve fazer parte da sua anamnese a pesquisa da dieta e da rotina de treino do seu atleta.

Por quê? Bom, como dentista, você é um profissional da saúde. Precisa se preocupar com a integridade e a performance do seu paciente, além de estar preparado para abordar estes assuntos e instruí-lo a buscar tratamento.

Fora isso, pensando na Odontologia, encontrar um paciente com esse perfil deve te deixar mais atento: a adesão dos procedimentos restauradores podem ser prejudicados, os procedimentos cirúrgicos requerem um criterioso exame pré-operatório, a incidência de doenças bucais podem ser mais frequentes e um controle periódico das visitas ao dentista deve ser preconizado.

Ok. Como percebemos esses problemas?

O controle de peso pode acontecer de várias formas, como com a realização de exercícios exaustivamente, a recusa e controle alimentar, a indução de vômitos, uso de medicamentos etc. Ah, e não se engane em procurar essas condições apenas em atletas abaixo do peso: a exemplo do trabalho de Sundgot-Borgen e Klungland (2004), 42% das ginastas que sofriam de desordens alimentares eram classificadas com peso normal!

Particularmente na nossa área, existe uma repercussão importante no sistema estomatognático principalmente nos casos de bulimia (a compulsão alimentar seguida de vômito ou uso de laxantes) e de anorexia nervosa (recusa alimentar).

Assim, esse artigo vai trazer um checklist de alterações de interesse para a odontologia. (LITTLE, 2002; JOHANSSON et al., 2010; BUDD; EGEA, 2017).

Logo, essa é mais uma manobra que o CD pode utilizar para auxiliar no diagnóstico de um distúrbio alimentar e também para reafirmar a necessidade do profissional da Odontologia do esporte para compor uma equipe multiprofissional em benefício do atleta. Além do mais, agora você já pode atualizar a sua anamnese e imprimir a tabela pra deixar no canto da sua escrivaninha para nunca esquecer! 😊

 

BUDD, S. C.; EGEA, J.-C. Sport and Oral Health - A Concise Guide. Montpellier: [s.n.], 2017.

COELHO, G. M. DE O.; SOARES, E. DE A.; RIBEIRO, B. G. Are female athletes at increased risk for disordered eating and its complications? Appetite, v. 55, n. 3, p. 379–387, 2010. Disponível em: <http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0195666310004678>.

JOHANSSON, A.-K. et al. Eating disorders and signs and symptoms of temporomandibular disorders: a matched case-control study. Swedish dental journal, v. 34, n. 3, p. 139–147, 2010.

LITTLE, J. W. Eating disorders: Dental implications. Oral Surgery, Oral Medicine, Oral Pathology, Oral Radiology, and Endodontology, v. 93, n. 2, p. 138–143, 2002. Disponível em: <http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1079210402777135>.

WERNER, A. et al. Weight-control behaviour and weight-concerns in young elite athletes -- a systematic review. Journal of Eating Disorders, v. 1, n. 1, p. 18, 2013. Disponível em: <https://doi.org/10.1186/2050-2974-1-18>.


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