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  • Caroline Dalri

Respiração bucal pode prejudicar o desempenho esportivo?



Respirar é um ato vital para nosso organismo, é através da respiração que levamos oxigênio para o corpo, nutrindo células, recarregando energias e liberando gás carbônico. Se realizada corretamente, a respiração relaxa, diminui a tensão nos músculos respiratórios, melhora o foco, amplia a atenção, reduz a ansiedade e o estresse (Ribeiro, 2017).

Idealmente, a respiração deve ser feita pelo nariz, onde o ar atravessa estruturas especializadas para sua passagem. Apenas a cavidade nasal tem condições de filtrar partículas e microorganismo do ar, chegando ao pulmão na temperatura adequada. Além de estar associada às funções normais da boca como: mastigação, deglutição, posição de língua e lábios, proporcionando uma correta estimulação do crescimento ósseo facial (Rodrigues,2014).

Durante o exercício precisamos de uma ventilação maior, principalmente durante atividades mais intensas, e por isso muitas vezes a respiração nasal não é capaz de atender a ventilação sozinha. Por isto, recomenda-se que a inspiração ocorra pelo nariz e expire pela boca, expulsando o máximo de ar.

Mas o problema principal é quando temos uma obstrução de passagem de ar pelas vias áreas, e a corrente de ar é obrigada a mudar seu caminho ocasionando a respiração bucal.

A respiração bucal apresenta etiologia multifatorial e tem características faciais como boca aberta, hipotonia da língua, olhos fundos, face alongada, lábios ressecados, flacidez da musculatura da face, má oclusão dentária, palato estreito e profundo (Frias-Bulhosa e Passos, 2010).

A respiração pode ser ruidosa; ter cansaço excessivo; pode haver alteração postural do corpo todo; dificuldade na mastigação dos alimentos; sono agitado; irritabilidade; dor de cabeça e falta de concentração (Quintão, 2004).

No esporte, respiradores bucais podem apresentar rendimento físico menor, pois o diafragma destes indivíduos trabalha em uma posição mais baixa e assincrônica, criando uma dificuldade de oxigenação, pela respiração curta e rápida (Quintão, 2004).

Um ótimo exemplo, é o nadador Michael Phelps que possui face longa, arcos estreitos, dentes apinhados e sorriso gengival. O atleta olímpico aprendeu técnicas de respiração para auxiliar e aproveitar melhor o oxigênio inspirado.

O tratamento adequado é multidisciplinar e interdisciplinar, devendo passar por uma avaliação com o ortodontista buscando a reabilitação musculoesquelética adequada, assim como melhorando a postura labial, dentária e de todo complexo maxilo-madibular.

Quando necessário poderá ser encaminhado para um médico otorrino e fonoaudiólogos.

 

RIBEIRO, J. A importância da respiração durante o exercício físico, 2017.

QUINTÃO, F.C et al. A síndrome do respirador bucal, suas influencias na postura e a atuação da fisioterapia. Rev Fisioweb, 2004.

RODRIGUES, S.F.S.R. Respiração bucal: implicações biológicas, fisiológicas e ortopédicas. Universidade Fernando Pessoa. Porto, 2014.

FRIAS-BULHOSA J et al. Hábitos de Sucção Não Nutritivos, Respiração Bucal, Deglutição Atípica - Impactos na Oclusão Dentária. Rev Port Estomatol Med Dent Cir Maxilofac 2010.


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