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  • Foto do escritorHelena Fronza

Diagnóstico, escaneamento, softwares e manufatura – onde está dentista do esporte no fluxo digital?

Os recursos digitais para soluções em odontologia já estão presentes no mercado há algum tempo e, portanto, essa demanda acaba também por chegar na odontologia do esporte. É muito conveniente o uso dessas tecnologias no trabalho do atleta, pois aumenta a previsibilidade dos tratamentos propostos e pode reduzir o tempo de tratamento e atendimento, quando bem realizado.



Porém, ainda parece incipiente a inserção da especialidade em alguns quesitos em que o fluxo digital poderia ser utilizado.


Onde esse tipo de tecnologia entra no nosso trabalho?


1º: Diagnóstico: principalmente em fraturas, elementos inclusos e grandes traumatismos, já é amplamente utilizado. O uso das tomografias computadorizadas, ressonâncias magnéticas e radiografias digitais são capazes de nos apresentar com clareza localização e detalhes, além de permitir planejamentos mais precisos e intervenções com menor morbidade.


2º Softwares de desenho e planejamento: quando se fala principalmente na construção de protetores bucais e faciais, não há softwares que tenham essas funções. Ainda precisamos adaptar o desenho de protetores bucais baseados em outros dispositivos intraorais, o que pode comprometer o tratamento ideal. Sobre os protetores faciais, ainda não há registros na literatura dessa tentativa.


3º Escaneamento: já é uma realidade em clínica, mas que deve ser utilizada com sabedoria no nosso trabalho. Grande parte dos scanners possuem pontas de escaneamento rombas que dificultam a cópia dos tecidos moles até o fundo de sulco e, portanto, requerem do operador uma certa destreza para a construção de dispositivos satisfatórios. Do mesmo modo, algumas resinas de impressão dos modelos são termossensíveis, o que torna a construção de protetores sobre modelos impressos mais cautelosa.


Existem também scanners faciais que apresentam uma alternativa muito promissora ao atleta traumatizado, já que o procedimento de moldagem para a confecção do protetor facial pode ser traumático e causar desconforto.


3º Impressão 3D: linhas de pesquisa que utilizam da manufatura aditiva para a construção de protetores bucais já são encontradas na literatura. Estas utilizaram estereolitografia e a impressão por filamento e instaladas em pacientes. Ainda necessitam de melhores protocolos, materiais biocompatíveis e testes mecânicos com as matérias primas que estas impressoras oferecem, porém, é uma realidade próxima. Os principais benefícios das técnicas relatadas foram a uniformidade da espessura em toda a extensão do dispositivo, a estabilização oclusal e a fidelidade de cópia.


4º Prontuários eletrônicos e troca de informações: talvez, este não seja um tópico pesquisado e devidamente divulgado. Porém, com a realidade dos clubes, transferência de atletas e diferentes profissionais, a era digital permite a troca de informações e o contato instantâneo entre as equipes de saúde. Além disso, a possibilidade de uma base de dados unificada pode prover a nós, como profissionais, um bom levantamento epidemiológico da saúde bucal da população atlética.



Por fim, entende-se que este novo fluxo de trabalho merece atenção da especialidade, já que há uma grande lacuna em pesquisa para sua aplicação.


Já tem algum palpite para a próxima tecnologia que virá a nos acrescentar?


 

Referências


Liang K, Carmone S, Brambilla D, Leroux JC. 3D printing of a wearable personalized oral delivery device: A first-in-human study. Sci Adv. 2018;4(5):eaat2544. Published 2018 May 9. doi:10.1126/sciadv.aat2544


Sousa AM, Pinho AC, Messias A, Piedade AP. Present Status in Polymeric Mouthguards. A Future Area for Additive Manufacturing?. Polymers (Basel). 2020;12(7):1490. Published 2020 Jul 3. doi:10.3390/polym12071490


Yanagi, Tsukasa & Kakura, Kae & Tsuzuki, Takashi & Isshi, Kouta & Taniguchi, Yusuke & Hirofuji, Takao & Kido, Hirofumi & Yoneda, Masahiro. (2019). Fabrication of Mouthguard Using Digital Technology. Dentistry. 09. 10.4172/2161-1122.1000531.


http://ri.avantis.edu.br/obra/view/292

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