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  • Foto do escritorClara Padilha

Diferentes abordagens sobre a prescrição de medicamentos

Autora: Gisele Maffei

Especialista em Odontologia do esporte, em Prótese e em Odontologia Estética

Oficial de controle de dopagem - ABCD

Coordenadora do Departamento de Odontologia do Santos FC e do Basquete Clube Atlético Paulistano



O esporte envolve relações interdisciplinares complexas, e as formas de aumentar drasticamente o desempenho têm chamado a atenção de diversas áreas. A utilização de substâncias que interferem na performance tem sido cada vez mais frequente, e a ABCD , Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem, tem atuado em diversas frentes, tais como educação, prevenção e controle, de forma a combater a dopagem no esporte.


Este artigo é um convite à reflexão sobre aspectos pouco abordados que envolvem a prescrição de medicamentos:


-campanhas de prevenção antidopagem,


-cuidados extras quando da prescrição de medicamentos não proibidos





 

- Campanhas de prevenção antidopagem,


Em relação a prevenção, uma das principais vertentes estabelecidas, são os programas de informação e educação com a intenção de proteger o atleta que decide competir de forma limpa e que desenvolve suas habilidades com treinamento, técnica e talento.


#Say No! To Doping, #Jogo Limpo, #Play True, Play Safe, são campanhas de conscientização sobre a igualdade de oportunidades nas competições. Elas vão muito além das quadras, campos e estádios, pois tem o objetivo de conscientizar não apenas atletas, mas também equipes e toda a comunidade esportiva na luta contra a dopagem.


O profissional da saúde pode contribuir informando o atleta sobre as violações mais comuns às regras estabelecidas pelo Código Mundial Anti-dopagem, ensinando o endereço para acessar a lista de substâncias proibidas e ressaltando o cuidado que devem ter ao se automedicar. E também conscientizá-lo sobre a importância de fazer um exame minucioso antes do início da temporada esportiva.


Avaliações pré participativas devem ser realizadas não apenas em equipes de esporte profissional, mas em todos os atletas, de forma a diminuir as intercorrências odontológicas ao longo do calendário esportivo.


 

- Cuidados extras quando da prescrição de medicamentos não proibidos

Quanto ao uso apropriado de terapêutica medicamentosa, o processo se inicia pelo conhecimento do próprio atleta e do seu perfil, através de uma anamnese minuciosa.

Além de evitar o uso de substâncias proibidas, os objetivos devem ser manter o atleta livre de dor e de quadros infecciosos, e pronto para jogar.


Dessa forma, mesmo para a prescrição de substâncias não proibidas, o profissional deve conhecer não apenas os tratamentos medicamentosos ideias para problemas bucais, como também deve estar familiarizado com os efeitos que essas drogas podem ter sobre a performance do atleta. Os medicamentos escolhidos devem estar em acordo com a história médica do atleta. O tratamento de escolha não deve reduzir o estado de alerta, nem interferir em padrões de sono quando introduzidos durante períodos de competição. Não devem prejudicar a hidratação nem a hemostasia. E deve estar de acordo com as regras específicas do esporte praticado.


Histórico de alergias prévias ou quadros de hipersensibilidade devem ser observados durante a prescrição, e revistos de tempos em tempos. Efeitos colaterais e a presença de alguns agentes específicos devem ser avaliados em relação ao efeito que podem causar na performance atlética. Alguns exemplos de efeitos colaterais indesejados ou reações adversas que podem interferir na prescrição ou no tempo de uso, são: diarréia, náusea, fotosensibilidade, ou efeitos atípicos.



Atletas que apresentam comprometimento médico, cognitivo ou psicológico, necessitam modificação nas recomendações terapêuticas, bem como a coordenação do tratamento junto com o médico ou equipe médica que o atende.


Importante também monitorar efeitos colaterais menos comuns , como arritmias cardíacas. Cansaço e fadiga induzida, podem ocorrer a partir do uso prolongado de alguns medicamentos, tais como amoxilina, azitromicina e cefalexina.


A prescrição de analgésicos deve ser feita de acordo com a severidade da dor e a expectativa de duração do quadro doloroso. A recomendação de uso deve ser a de menor dose efetiva possível, pelo mais curto período de tempo, de forma a obter controle da dor ao mesmo tempo que reduz efeitos colaterais e adversos.


Atenção especial ao histórico atual de ingestão de medicamentos, de forma a evitar problemas com a interação medicamentosa e evitar superdosagem de alguma substância específica através da duplicidade de prescrição, como por exemplo se o atleta estiver se recuperando de alguma lesão muscular e também estiver em tratamento odontológico.


Portanto, se torna fundamental não apenas entender os benefícios de uma medicação prescrita, mas também ter conhecimento dos efeitos negativos que essa prescrição possa exercer sobre a performance do atleta.


 


Alaranta A, Alaranta H, et al. Use of prescription drugs in athletes. Sports Med. 2008;38: 449–63.


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Lee J, Kim JK, et al. Recovery time of platelet function after aspirin withdrawal. Curr Ther Res Clin Exp. 2014;76: 26–31.


Cahill RA, McGreal GT, et al. Duration of increased bleeding tendency after cessation of aspirin therapy. J Am Coll Surg. 2005;200( 4): 564–73


 

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