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Muito além do Gatorade - Fatores Extrínsecos (parte 1)

Atualizado: 20 de set. de 2020


Autor: Vinicius Baldissera Cerqueira Leite

Cirurgião-dentista - UFSC

Membro do programa de Odontologia do Esporte PODEum - UFSC



Esta postagem faz parte da série “Muito Além do Gatorade”, a qual discute alguns pontos sobre a erosão dental e sua relação com esporte. Se você ainda não leu a primeira parte, aqui está o parte 1 link e parte 2 (https://www.clarapadilha.com.br/post/al%C3%A9m-do-gatorade-fatores modificadores)


 

A alimentação é fundamental para o desempenho das funções vitais do corpo humano.


A dieta adotada por cada indivíduo pode configurar-se como fator de risco para diversas condições, como: doenças cardiovasculares, distúrbios gastrointestinais e, também, a erosão dental.


Fatores etiológicos de origem extrínseca englobam as substâncias ácidas externas ao corpo que entram em contato com a cavidade oral, por exemplo, alimentos e bebidas de caráter ácido.


Além do baixo pH, a capacidade quelante; viscosidade; concentração de íons cálcio, fosfato e flúor da solução; frequência e método de consumo precisam ser observados para determinar o potencial erosivo de um agente.


Ao trazer à tona a relação entre alimentação, esporte e erosão dental, o primeiro tópico que vem em mente é o consumo de bebida isotônica e, inclusive, apontado, muitas vezes, como o principal promotor da erosão dental entre atletas por seu potencial erosivo, fato demonstrado por grande parte dos estudos in vitro. Porém, poucos estudos realizados in vivo demonstraram de fato associação entre o consumo deste tipo de bebida e a ocorrência do desgaste dental em questão.



Sabe-se que durante o exercício físico ocorrem alterações no microambiente oral, que interferem nos mecanismos de neutralização de ácidos, principalmente, pela diminuição de fluxo salivar e é neste cenário que ocorre o consumo destas bebidas.


O potencial erosivo dos isotônicos é importante e deve ser levado em consideração na detecção e diagnóstico do desgaste dental, porém hábitos alimentares relacionados à dieta rotineira destes atletas devem também ser levado em consideração, principalmente, no que se diz respeito ao consumo exacerbado de frutas ácidas, sucos, refrigerante, energéticos, tanto durante treinos/competições, quanto em “momentos de repouso”.


 

Referências

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LEITE, V.B.C.; GONDO, R.; PADILHA, A.C.L. A prevalência de erosão dental em atletas de esportes de resistência. 2019. 72f. Trabalho de Conclusão de Curso. Departamento de Odontologia, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2019.


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