Autora: Juliana Órsia
Cirurgiã-Dentista do Esporte
Membro da Comissão de Odontologia do Esporte - CRO-PR
Hoje venho aqui falar sobre um assunto MUITO interessante para os dentistas do esporte, principalmente para aqueles que trabalham com atletas profissionais, ou também posso dizer, atletas que tem o objetivo de profissionalizar a carreira afim de “viver do esporte e dos patrocínios”.
Se você trabalha com esporte, seja no nível que for, você não pode esquecer que esporte também é ENTRETENIMENTO, é show de competição; ESPETÁCULO. E portanto depende inteiramente do INTERESSE DO ESPECTADOR, da motivação da AUDIÊNCIA para se difundir, popularizar, fidelizar torcidas, e enfim, ser rentável para os nossos atletas profissionais.
Gostem ou não, OS ATLETAS PROFISSIONAIS VENDEM A SUA IMAGEM.
E, quando digo imagem, estou falando de marketing, ou melhor ainda, do valor agregado à imagem que o nosso atleta construiu. Seja essa imagem uma figura representativa do padrão BELO ou CARICATO.
A revista Forbes (revista de negócios) elencou em 2019 as 20 celebridades mais bem pagas do mundo, observem os primeiros da lista:
Maioria esmagadora: cantores e ATLETAS.
Note, atletas também podem ser celebridades mundiais, os seus rostinhos são mostrados via contratos de uso de imagem e são extremamente concorridos pelas marcas.
Junto desses rostinhos TEMOS O SORRISO.
A questão é: até aonde podemos interferir na imagem deste?
A resposta: depende dos contratos e também da imagem pessoal que o atleta construiu.
Muitas vezes, desconstruir essa imagem, em prol de um sorriso mais belo e até mesmo mais saudável, não é vantajoso. Parece contraditório, mas é a verdade.
Imagine o contrato deste atleta russo com uma marca famosa de refrigerantes, em época de olimpíadas:
Ninguém mexe neste centro avante até que o contrato acabe meus queridos hahaha.
Brincadeiras de lado, a cultura dos edêntulos do hóquei infelizmente já é coisa instalada.
Também ficamos de mãos atadas quando a imagem do sorriso tem a ver com a pessoalidade do atleta (e não em consequência de traumatismos do esporte)
Talvez o respirador bucal mais famoso de todos os tempos.
Bom, nem tudo são flores, mas também, nem tudo são horrores.
Imagine o quanto a odontologia contribuiu para a imagem deste atleta aqui:
Ou deste aqui, que acaba de fechar um contrato exorbitante recentemente:
É inegável a nossa responsabilidade dentro da construção dessa imagem.
E sendo ela a representatividade do belo ou do caricato, temos que respeitar a individualidade dos nossos atletas e a ESTRATÉGIA PROFISSIONAL de cada um.
Porém, uma coisa podemos afirmar.
Quanto mais cedo o atleta tem contato com a odontologia e os seus benefícios - fisiológicos, estéticos e funcionais - , melhor será o resultado que a odontologia poderá oferecer para a sua imagem, quando estiver em fase adulta de auge.
Também sugiro aos meus queridos colegas dentistas do esporte que leiam a respeito dos direitos de imagem e de arena vigentes no Brasil, em relação aos nossos atletas lei 9.615/98 (Lei Pelé).
Lembrem-se, o objetivo principal da odontologia do esporte é ajudar os nossos atletas a conquistarem os seus objetivos de carreira. Quanta responsabilidade, hein?
Posso até dizer que a Odontologia do Esporte nos transforma em SUPERDENTISTAS, quase que atletas também, pois Ô JOGO DE CINTURA 😊 hahaha.
Valeu!
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